sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Tecnologia e Metodologia

Cibercultura


            Pensar a ciberculturaé entrar em contraste como os modelos que envolvem o padrão tradicionalista de escola e ensino, é compreender com clareza o significado de tecnologia. Essa palavra vem do téchne (arte, destresa) e logos (palavra, fala, razão).
A inteligência coletiva baseia-se, segundo Lèvy em ditos básicos que se traduzem no fato de que “cada um sabe algo, nunca se sabe tudo e que todo o saber está na humanidade”. Ditos aparentemente óbvios, mas que no dia-a-dia escolar são freqüentemente esquecidos, transformando a escola em um lugar de insatisfação.
            A chegada do “novo” sempre espanta as pessoas e com a Internet nas Escolas Públicas não foi distinto.
            Sendo assim, é quase impossível se falar de Tecnologia sem decorrer pelo campo do currículo, visto que ele assessora a um papel particular, que traça os rumos da escola, o papel político do professor e aluno, a maneira como este conhecimento deve ser concebido e realizado.


           A tecnologia sempre afetou o homem: das primeiras ferramentas, por vezes consideradas
como extensões do corpo, à máquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, ao
computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais, a tecnologia nos
ajuda, nos completa, nos amplia...facilitando nossas ações, nos transportando, ou mesmo nos
substituindo em determinadas tarefas, os recursos tecnológicos ora nos fascinam, ora nos
assustam. (FRÓES, 1998: 01).

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX.

BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In: PRETTO, Nelson De Luca. Tecnologias e novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005. p. 70-81.
A autora do texto “A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico do século XX”, Maria Helena Silveira Bonilla, começa falando das transformações complexas vivenciadas atualmente devido a vários motivos existentes no mundo moderno, entre eles a facilidade das informações para um número maior de pessoas, ou pelo simples fato de em tempos passados este ritmo não ser tão rápido.
Bonilla segue em seu texto explicando a razão pela qual estas transformações estão ocorrendo, seja por causa da cultura, seja pelas formas de relações sociais. Para ela, “é nesse complexo, nessa teia de relações que estão inseridos os processos educativos e, em particular, a escola”. As instituições de ensino, para Stoer, Cortesão, et al. (2001:241), “ao mesmo tempo em que sofre essas influências (de um todo à uma parte), pode também influir nestes tempos e espaços, à medida que for se abrindo para a ressignificação das concepções mecanicistas sobre o pensamento, o conhecimento e a comunicação que impregnam o sistema educacional e todas as outras instituições sociais e políticas”. Ou seja, uma abertura a um novo significado de acontecimentos através da mudança de visão de mundo, ocorrerá conseqüentemente, transformação dentro da escola, em conjunto é claro, das transformações sociais.

OS CONCEITOS DE VERDADE E REALIDADE
A idéia de ordem, de acordo com Bohm (1989:143), só acontece quando há mudanças sociais. Na cosmovisão Medieval, “a natureza, o homem e a sociedade eram vistos como uma imagem da ordem eterna, sendo que a relação entre eles, as leis, a moral e a ética estavam apoiadas na religião e na filosofia”. Na Moderna, “as formas de pensamento e de conceitualização estão relacionados à linguagem e às tecnologias da escrita”. A impressão de textos, livros e enciclopédias, auxiliou a educação universal e “possibilitou também que a demostração visual preponderasse sobre a discussão verbal, concentrando a atividade cientifica no manuseio e analise de mapas, desenhos, gráficos (...), tidos como precisos e confiáveis, porque impressos uniformemente e não dependentes do talento do copista”. Frente as atuais mudanças e questionamentos ocorridas no modelo científico e tecnológico, a então noção de ordem sofrerá novos significados, levando a uma nova cosmovisão, segundo Bonilla.

A PRÁXIS PEDAGÓGICA
Para a autora, a escola, mesmo admitindo as diferenças, continua conduzindo a uma unidade, continua hegemônica e tratando como se todos fossem e vivessem de uma mesma estrutura, uma mesma cultura. “Enquanto a noção de ordem da escola é a da modernidade, a noção de ordem do mundo fora da escola tende a ser a da cosmovisão contemporânea, que já se faz presente em muitos âmbitos da vida, principalmente da vida dos jovens-alunos. Os altos índices de reprovação e evasão escolar têm demostrado que não existe comunicação entre esses dois mundos e que essa não-comunicação, esse não-convívio pacífico entre as diferentes noções de ordem é que tem feito com que a escola esteja em crise e que tem levado a Educação a enclausurar-se num processo fechado, formalista”. A importância de se entender educação de forma mais ampla, além do espaço educacional, é pelo fato do ser humano estar em constante aprendizado, mesmo fora deste espaço. A troca de informações, conteúdos e experiências, é à base da aprendizagem e da vida. Sem essa interação é muito mais difícil de conviver e viver na sociedade.

 

BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In: PRETTO, Nelson De Luca. Tecnologias e novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005. p. 70-81.
BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In: PRETTO, Nelson De Luca. Tecnologias e novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005. p. 70-81.

sábado, 11 de setembro de 2010

Estudo Errado

Estudo Errado

ESTUDO ERRADO
Gabriel O Pensador
Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando espiando colando as prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:

Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)

Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)

Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a exploração e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim cês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...



Estudo Errado

sábado, 4 de setembro de 2010

ética e cidadania

Biometria

A reportagem "Mais segurança com a IDENTIFICAÇÃO ELETRÔNICA", cujo texto encontra-se no "Caderno i", diz respeito ao uso da biometria na maioria das grandes empresas, e até mesmo na Câmara dos Deputados, para melhor controle de acesso e segurança.

Segundo o site infowester, biometria é o uso de características em mecanismos de identificação. Dentre estas características tem-se a íris, a retina, a impressão digital, a voz, o formato do rosto e a geometria da mão.

Como cada pessoa possui características biológicas diferentes das outras, como por exemplo a impressão digital, fez-se necessário o uso destas características para identificação.

Hoje no Brasil, a biometria passou a ser usada em documentos de identidade, e futuramente, nas eleições em substituição do título de eleitor,e usando a identificação por impressão digital.
 
 
 
Ao ler o texto, a primeira coisa que me veio na mente foi a palavra ÉTICA. Se o homem, fosse verdadeiro em suas palavras, cumprisse com o que diz, amasse as pessoas e tivesse amor próprio, com certeza não precisaria de toda uma estrutura para controlar a entrada e saída de pessoas do seu local de trabalho, controlar se verdadeiramente é você na marca digital para abrir um cofre ou se é mesmo você, não está passando por ninguém, por exemplo. Claro que não estou falando que a tecnologia da biometria não é importante, pois além destes fins. "A biometria, ao contrário do que se pode pensar, é uma técnica bastante antiga, utilizada pelos faraós egípcios que usavam a cor dos olhos, as cicatrizes, a arcada dentária, a cor dos cabelos e outros para identificarem determinadas pessoas"( por Gabriela Cabral, Equipe Brasil Escola). Seria uma outra possibilidade para o uso da biometria.
 
Na Pedagogia da autonomia, Paulo Freire comenta um pouco sobre a ética docente, segue abaixo uns trechos sobre alguns saberes educativos:
"Gostaria de sublinhar a nós mesmos, professores e professoras, a nossa responsabilidade ética no exercício de nossa tarefa docente. (...) necessária eticidade que conota expressivamente a natureza da pratica educativa, enquanto prática formadora (...). Da ética que condena o cinismo do discurso citado acima, que condena a exploração da força de trabalho do ser humano, que condena acusar por ouvir dizer,(...), falsear a verdade, iludir o incauto, golpear o fraco e indefeso, soterrar o sonho e a utopia, prometer sabendo que não cumprirá a promessa, testemunhar mentirosamente, falar mal dos outros pelo gosto de falar mal (...). É por esta ética inseparável da prática, jovens ou com adultos, que devemos lutar. E a melhor maneira de por ela lutar é vive-la em nossa prática, é testemunhá-la, vivaz, aos educandos em nossas relações com eles. (...). (...) me acho absolutamente convencido da natureza ética da prática educativa, enquanto prática especificamente humana." (FREIRE, Paulo; 1996)


Sujeitos Éticos:

"Quando, porém, falo da ética universal do ser humano estou falando da ética enquanto marca da natureza humana, enquanto algo absolutamente indispensável à convivência humana. (...). Frases como 'a realidade é assim mesmo, que podemos fazer?' ou 'o desemprego no mundo é uma fatalidade do fim do século' expressam bem o fatalismo desta ideologia e sua indiscutível vontade imobilizadora." (FREIRE, Paulo; 1996)